Em algum outro tempo, amanhã eu estaria me casando:
com a parte mais leve de mim,
mais doce,
e engraçada.
Em algum outro espaço, amanhã eu estaria atravessando fronteiras:
meu corpo e outro corpo,
almas em camadas,
mãos com mãos,
infinita pele a arrepiar outros mundos.
Numa outra de mim, amanhã eu seria mais:
mais eu,
mais nós,
muitas mais.
Em algum outro texto, amanhã eu estaria escrevendo um romance sem fim,
inventando vidas.
Mas não.
Hoje sou ficção,
amanhã serei poema.