Pequena só no tamanho, porque era gigante em todo o resto. Ela vinha toda cheia de dúvidas: de trabalho, de amores, de vida.

“Ana, e essa merda de confronto, como é que eu faço?”, “Essa coleta da necro ficou uma bosta!”.

Conselhos de amor (como se eu fosse capaz de ajudar alguém nesse quesito), mesmo ela sendo toda coração.

Mas acima de tudo, ela sempre foi ela mesma. Coerente com o que acreditava:

“ – se um dia bandido vier, ou mato ou morro”.

E um coração do tamanho do sorriso, que era um mundo inteiro. E a gargalhada que brotava, como vida que nasce, sonho que cresce.

Não sei que mundo é esse em que se morre assim, numa segunda à noite, deixando amores e saudade. Essa é uma dúvida que eu queria perguntar a ela. E até ouço a resposta:

“ – Teu cú, que eu vou responder!”.

In memoriam: Márcia R. P. Morais. 

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