Da cama vislumbro varais e umbrais: pura rima. Sem conceitos.
No varal, o azul escaldante, esses insetos zumbindo fogo, esse silêncio que queima não deixa esquecer: a alma lavada, seca ao sol. Desbotada, vá lá. Mas limpa: tem cheiro de lavanda, jasmim, ervas frescas.
Inspiro devagar, cheia de dedos e plena de pressas: esse verbo que arranha minhas costas não é verbo que se conjugue só.
É como verão que se dominga. É de um outono que insiste em se esconder. É uma alma que, com fome, cruza espaço e tempo, rabisca histórias e amores, e pousa ali: na linha da mão, traçando destinos.
Procuro poema em forma de cor, alma lavada de amor. Mais que rima, vida.

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