Dos ombros brotaram flores: era de sol e sal, aquele mar,
aqui,
debaixo do travesseiro?
Os cabelos, em ondas, me enlaçaram o pescoço, escorreram pela nuca, gotejaram pelo braço: meu ou teu?
No peito ondularam sabores,
essa respiração que eu roubei da tua boca, me manteve a salvo: teu ar no meu amar.
Não era mais poesia, era pele-poema,
deixou de ser mar, era um oceano-olhar,
pernas pés e mãos ancorados num outro tempo:
relógio d´água, em pleno deserto.
E o mundo foi apenas miragem.