Narradora deslocada sem câmera quase sem voz míope e com multifocal novo tropeça sobre si mesma e cai história abaixo sem pontuação e com título provisório

não sabe dialogar nem monologar corta parágrafos no intuito de reencontrar a frase que despenca junto com ela num gênero fictício que era para começar poema e acabou por se transformar em teatro (drama?) em trama espelhada já que narcisa narra a si mesma num ir-e-vir sem fim

o espaço úmido dos seus conflitos

os personagens mal acabados

o clímax de um gozo-nunca-gozado

não sabe talvez vire poema poesia épica quem sabe conto nunca contado numa matemática pra lá de escolar e pra cá de literatura mas o que a narradora não viu foi a pedra

não a do caminho essa todo mundo já viu

ela não viu em sua cegueira noturna e diurna foi a pedra que era rochedo na paisagem e foi lá que a ficção (científica) pousou e não era utopia nem distopia era uma coisa fantasiosa e fantasiada que ela não sabia como

era uma voz perdida numa confusão de planos e roteiros narrativos que

ela começava e não terminava quando

ela tocou a superfície do lago e agarrou a si mesma e disse:

chega!

Chegamos ela e ela mesma num nó(s) tão apertado jogado em âncora de navio de nave de ave

que voa e

fim.

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