Ela era uma fraude: seu corpo retocado pelo fotoxópi, o cigarro eletrônico, e a boca repuxava para o lado direito. Sua bunda, assim como suas unhas, não eram suas. De noite, olhava-se no espelho e com voz negligentemente calma, conversava consigo mesma: na terceira pessoa. Tudo na sua vida era sempre triangular. Ela se desconhecia. E era bom: era como se fosse sua (própria) melhor amiga.

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