E veio aquele ar, um pouco cinza-chumbo,
outro tanto cinza-leve,
um silêncio diferente,
umas vontades mais fortes,
um-quê-de-não-sei-o-que, e lembrei:
– Como é que alguém gosta de chuva?
Gostando, pensei. Sentindo, também.
– Me deixa te molhar?
E veio nuvem, azul, torrentes e tempestades:
– Ah, é assim que se gosta…
É.
Bem assim: se deixando molhar.
Nas águas dentro,
das águas fora,
da fonte primeira,
de muito do céu.
A primeira chuva a gente não esquece:
guarda, gota a gota,
toda ela,
feito rio que corre pro mar.
Eu corro.

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