Deixar que a tarde caia
(aceito a gravidade e os movimentos solares)
deitar entre a hora e a vida – deslocada, inteira e atravessada
(pelas coisas todas ensolaradas e espalhadas entre livros e mãos)
Acreditar que
sem saber de nada
sem querer saber
que entre o verde e o azul
há o céu da boca e um punhado de poemas
(esquecidos)
e aquilo tudo que é um quase nada
Ser
(assim, sem explicação)
a pausa
a pauta
a corda em sol
(sustenido)
da canção primeira
da noite nascida (da queda da tarde)
feito asa noturna de voz incendiada.