No meu corpo, a alma habita a ponta dos dedos, dança pela pele e sonha no meu nariz. Quando ela se irrita, foge para os pés, e se insegura, dobra-se nos joelhos. Quando quer prazer, deseja no pescoço e se sexy, desce pelas costas. Para meditar, caminha, e para divagar, desce pelos ombros até os pulsos.  Se tem pressa, não hesita em percorrer as pernas. No desejo de situar-se, olha pela barriga, e ama, provavelmente, pela boca e na curva dos quadris. Por entre os seios, imagina. Testa e queixo são seus ideais do belo e quando cansa-se de tudo, é pelo olhar que desliga-se do dentro.

E ao querer tudo,

outra vez,

volta-se para as mãos que,

trêmulas,

abrem a porta.

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