Ela queria tudo sempre no mesmo lugar:
toalhas, canetas, afetos,
tapetes.
Ela achava que assim,
o mundo seguiria seu ritmo,
e ela também encontraria o seu
(dela, do mundo, qual-is?)
O que ela não esperava era que aquilo-tudo-no-mesmo-lugar
fez com que tropeçasse justamente em si mesma:
no chão
colocou o ouvido ali
na calçada
e escutou:
tum-tum
tumtum
(seguiu sem saber se as batidas eram dela ou do mundo)
e dançou
ao som do não saber.