É que toda teoria é ficção, filosofia já disse.
Mas vem vida, fato e ato, e tudo parece contradição. Não, é mais fundo e mais dentro. Poesia também é política. Não é fuga, é lugar de (re)encontro: porque tem gente que não sabe deixar de ser, sendo, sabe?
É.
É que tem coisas que corpo não aguenta, sem verso ou vinho, tem conceito e história que pensamento não guarda.
Porque mata.
Porque dói.
Porque se não voa e faz poesia, é território de corpo sem lugar.
Porque tem palavra que não existe, e devia existir: amor.
Porque tem palavra que existe e não devia: morte.
Porque das coisas que doem, matam e morrem, tem gente que não é humano: nem bicho nem pedra nem nada. É sílaba morta, seca, empalhada feito asa que não voa mais.
Então quando se pega palavra cheia de orvalho, vê nascer manhã, sopra brisa de dia fresco com café e amor vivinho, não é só poesia não.
É ficção sim. Mas não é teoria.
É vida é poesia é política é ver no outro aquela rima (in)compreendida é ver no outro significado perdido é ver na outra, essa outra que habita aqui, bem perto, bem dentro, bem fundo. É porque nesse fundo, somos tod@s versos de um mesmo poema.

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