Daquelas paralelas restou a vizinhança: para sempre, na mesma distância, uma linha lado a lado, sempre lados. Do círculo viciado, vicioso, a esfera na palma da mão, caída assim, entre os blocos retangulares. E um ponto.

Final.

O traço. O traço não era travessão, não era diálogo nem história. Sublinhado, talvez. Nos triângulos, pensava: não há hipotenusa que supere tão pouco espaço. Há uma falta de ar nas formas fechadas, há um tédio nos hexágonos, e um certo brilho nos pentágonos.

E aquele contorno?

Uma ladeira em vertigem, uma dor que corroía todos os lados do quadrado, uma ideia que refinava aquelas arestas. As linhas retas causavam-lhe sono, os ângulos perfeitos, insônia. Cruzava os espaços fundos:  cubos, cones e outras tantas faces sombreadas. Mas era como se procurasse uma outra forma: escalenos, espirais, constelações. E ela, ela era como uma outra dimensão. E não havia nenhum dos lados iguais.

A nada.

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