Metade Ana, outro tanto de Júlia. Leoa nas savanas? E escorpião nas profundezas. Acredito nos signos na medida exata do meu desentendimento com o mundo. Não tenho sol em casa nenhuma: deixo ele lá, aqui, nesse céu, nesse azul, tenho um sol só pra mim, que carrego no peito, na palma da mão, na parte luminosa da minha escuridão. A lua carrego no braço, lado direito, no esquerdo, arco-e-flecha. Sou chuva e guarda-chuva, tempestade em mar aberto. Também sou alma errante, e nas asas, levo borboleta, estrela e punhado de deserto.
Abro o peito e recito verso,
estrofe e canto,
sem saber cantar.
Quero mesmo é ser poesia, ontem, hoje, dia e noite.
Por entre azuis, faço ninhos e bebo no vinho um pouco de mim.
O resto é poe(a)mar.

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