A tarde se fez verão na Albânia.
Não me pergunte como o verão apareceu à meia semana do inverno. Não me pergunte porque naquela esquina. Não sei porque nesta tarde.
Posso responder apenas sobre a Albânia: paixão nunca esquecida, aparecida de repente, num virar de esquina em plena semana.
Nesta quinta-feira de vento e sol, num parar de passo, e a Albânia se esparramou entre árvores, carros, assim, em plena tarde.
Parei, esperei o sinal verde, querendo que sobrasse em mim aquele tanto de sol e céu capaz de cruzar continentes e me largar lá, naquela rua albanesa.
Mas não.
Atravessei a rua e estava de volta: aqui, bem aqui, à meia semana do inverno.

(Dentro de mim, um pouco abaixo do pescoço, cruzando entre os seios até quase tocar o quadril no lado direito, tenho uma rua albanesa em pleno verão).

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