Não abri minha caixa de música (até porque não tenho uma), mas gosto de miniaturas:

joaninhas,

frases soltas,

bilhetes.

Pensamentos efêmeros.

Pétalas não de rosa, de textos. Rasgos de papel, nacos de sentimentos, degustados entre um gole e outro.

E então me deparei com a minha pequena coleção, não tão extensa, tão pequena que cabe no piscar de olhos: famintos. Sempre.

Sedentos. Mais ainda. Aqui, alguns pestanejares:

O professor de Literatura

“Esqueceu o óculos em cima da mesa e não viu o caminhão passar.”

(Adriana Antunes)

“Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá.”

(Augusto Monterroso)

A mosca

“No fundo do ônibus, no banheiro, este micropassageiro ilegal, a caminho de Boston.”

(Lydia Davis)

“Vendem-se: sapatos de bebê, sem uso.”

(Ernest Hemingway)

“Comprou um ramalhete de flores e colocou o revólver dentro. Quando voltou, a mulher já tinha desaparecido.”

(Suely Braga)

Quem gosta dessas pequenas pedras preciosas, aqui vai uma sugestão: http://www.literaturadigital.com.br/minicontoscoloridos/

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