Porque ela não sabia como dizer
“que falta é essa, que em ar rarefeito se faz?”
já feita,
sempre refeita.
Porque ela não sabia a pitada exata de sal,
de tempo
de sílaba até,
que usaria em tardes tão poucas pra desejos tão muitos
e aquela fome
e tantas outras sedes:
procurava entre as panelas,
nas estantes,
livros dicionários mapas,
e ela só queria que:
aqueles
lentos
desejos
doces
deslizassem
pelos lábios
por entre as pernas
e ela continuasse sem saber como dizer:
que essa falta se faz em ar rarefeito,
e eu?

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