Foi entre um cheiro de lua,
uma sonora asa de passarinho,
entre um sol e um sal,
uma fenda (talvez lenda),
que ela descobriu-se a cantar.
Era um pé:
de gente, de lima, de árvore-não-sei-que-nome-tem,
era uma coisa agarrada,
que subia morros,
rabiscava cabelos,
uma ânsia de ser,
e ela começou a entender.
Foi entre um azul acordado,
um punhado de estrelas sonhado,
foi assim,
como quem nasce sol e se põe lua,
que ela começou a brotar:
gostares gostando.
Agora ela já sabia rezar.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *