Nos tornozelos enroscaram-se alguns sonhos,
tecidos,
ampolas.
O sopro morno na nuca,
era nevasca:
pêlos,
ardência
e um branco pensamento.
Frase, verso,
definhavam.
Entre a cintura e os ombros,
o ritmo:
era um cheiro que sentia.
Não era som.
Não tinha tom.
Era o hálito o sexo um sexto sentido,
sétimo até. Era sempre mais. Era mais além.
E não era só música.
E não era só corpo.
Dos pés,
entre os dedos entre as pernas nascia um canto úmido,
uma língua perdida,
e no entrelaçar das mãos,
a voz
a pele
narrada e emaranhada
num plural
singular.

2 comentários em “Cor e (o) grafias

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