Ela esperou a chuva,
o tempo,
a moldura
o pão.
O horizonte só trazia pensamentos áridos,
um claro desejo que riscava o céu seco.
O livro aberto
abriu seu peito em dois
três
uma dezena de pedaços costurados
a mão
entre dedos calados,
calejados por contar dias, horas, escrever, e apontar estrelas.
Fechou:
a porta, a janela, o livro:
ardia a água 
queimava o céu da boca que não chovia.

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